ElcirculodeViena

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Donnerstag, 20. Dezember 2012

CANTIGA DE CLARIDÃO

CANTIGA DE CLARIDÃO




Camponês, planta o grão

No escuro – e nasce um clarão.

Quero chamar-te de irmão.



De noite, comendo o pão,

Sinto o gôsto dessa aurora

Que te déspota sa mão.



Fazes de sombras um facho

De luz para a multidão.

És um claro companheiro,

Mas vives na escuridão.

Quero chamar-te de irmão.



E enquanto não chega o dia

Em que o chão seja o reinado

Do trabalho e da alegría,

Cantando juntos, ergamos

A arma do amor em ação:

A rosa já se faz flama

No gume do coração.



Camponês, planta o grão

No escuro – e nasce um clarão.

Quero chamar-te de irmão.



Thiago de Mello (1926)














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